Diversidade e Unidade

Diversidade e Unidade

O que percebo atualmente é que muitas pessoas, inclusive jovens, que para a maioria das questões são bastante liberais, quando o assunto envolve religião se tornam bastante conservadoras. Claro que não há muita coerência nesse conservadorismo. Apegam-se em alguns ritos, formas ou questões exteriores na intenção de preservarem alguma identidade diante do pluralismo religioso crescente que o contexto brasileiro vem apresentando.

 

Na falta de clareza e profundidade teológica, restam estas formalidades exteriores para se apegar! Quando o Evangelho não é mais suficiente para gerar unidade e comunhão, pensam que leis e determinações formais podem garantir uma caminhada conjunta. Ledo engano.

 

Nossas comunidade carecem da pregação da Palavra de Deus, da exposição clara e coerente do Evangelho. E, mais do que uma pregação dos púlpitos, precisamos investir em ensino, em classes de estudo bíblico, coisa que não acontece nas igrejas arrecadatórias. E, a vida exterior deverá ser reflexo da fé que provém da pregação da Palavra e não de leis e regimentos.

 

Neste sentido, a autonomia das comunidades deve ser preservada, pois cada contexto irá apresentar os seus próprios desafios para os cristãos que ali se encontram para celebrar e comungar. Discernir uma comunidade cristã consiste em ouvir a mensagem que brota dos púlpitos dos templos de nossas comunidades. Daí não importa se me sento num banco ou numa cadeira; se a cruz tem ou não a imagem do cristo, etc... Pois o resultado de uma vida comunitária, as consequências na vida dos cristãos é fruto da sua relação com Deus, do quanto estão aprendendo dos Evangelhos.

 

Qualquer esforço por uniformizar externamente não vai gerar comunidade e nem resultará em unidade. A menos que haja satisfação em uma igreja novamente presa ao clericalismo dominante, longe, portanto, da liberdade que herdamos da Reforma.

 

Rodomar Ricardo Ramlow